Reflexão

Na pauta, as questões da mulher negra

Machismo e racismo estarão em discussão no evento do Núcleo de Ações Afirmativas e Diversidade da UFPel em Pelotas

Dignidade, respeito, reconhecimento e empoderamento. Através destas quatro palavras o evento Entendendo o 25 de Julho - O que eu tenho a ver com isso? pretende levantar em Pelotas discussões sobre as mulheres negras, única parcela da população que sofre diariamente não apenas com o machismo, mas também com o preconceito de cor. O encontro se desenvolverá no auditório da Faculdade de Direito da UFPel em dois dias - no sábado (22), das 14h às 17h, e na segunda-feira das 18h às 21h.

A data, 25 de julho, é o Dia da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha, sancionado pela então presidente Dilma Rousseff como o Dia Nacional de Tereza de Benguela, líder quilombola do século 18. Lisiane Lemos, executiva da Microsoft, coordenadora de projetos que visam a entrada dos negros no mundo corporativo e destaque nacional da revista Forbes, abordará a inclusão da mulher na tecnologia.

A acadêmica Luciana Custódio, coordenadora de grupo de mulheres empreendedoras na Guabiroba, falará sobre o empoderamento através do setor. Ainda entre as palestrantes estão a professora Rosselane de Souza, a mestranda em Direito na Unisinos Winnie Bueno e a ex-secretária de Educação de Canguçu e atual professora da rede estadual de ensino, Ledeci Coutinho, cujo tema será exatamente a vitória através do ensino.

“O machismo é terrível contra as mulheres brancas, mas muito pior contra as negras” afirma a última. O Diagnóstico dos Homicídios no Brasil: Subsídios para o Pacto Nacional pela Redução de Homicídios, de 2015, aponta que, no país, a taxa de homicídios que vitimam negras é mais do que o dobro dos que acabam com a morte de brancas. Para cada 100 mil habitantes, o número é de 7,2 e 3,2 respectivamente.

Cotas
Entre os assuntos que permearão todo o encontro está a garantia de sequência das políticas afirmativas, importantes à medida que buscam promover reparações aos danos causados pelo crime de escravidão no país. Para Ledeci, eventos como o agora promovido são importantes no sentido de promover espírito de grupo nos estudantes cotistas. “Eles convivem com o racismo desde o primeiro semestre. Ações focadas nessas pessoas contribuem para que entendam esse fenômeno e reflitam sobre a necessidade de entregarem retorno positivo à sociedade”, destaca.

Coordenadora do Núcleo de Ações Afirmativas e Diversidade da UFPel (Nuaad - UFPel) e organizadora do encontro, a professora Rosemar Lemos joga luz também à importância das cotas no sentido de preparar os jovens negros para cada vez mais assumirem espaços de decisão dentro da sociedade. “São necessárias para que os negros pensem que seus filhos e suas filhas podem, sim, buscar relevância e poder dentro do mercado de trabalho através da educação”,

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